10/04/2011

Suzana Singer dá uma chapuletada na Fernanda Torres

Ombudsman - SUZANA SINGER
ombudsman@uol.com.Br.
Folha de São Paulo deste domingo

Os colunistas deveriam abrir mão de comentar assuntos que envolvam
interesse pessoal. Se não aceitam essa limitação, precisam explicitar
nos textos essas ligações íntimas.
Nas últimas semanas, dois colunistas provocaram indignação de leitores
por passarem por cima dessa regra simples.
Em 31 de março, o economista Julio Vasconcellos dedicou sua coluna em
Mercado ao aniversário da própria empresa, o site de compras coletivas
Peixe Urbano. O objetivo seria discutir cultura empresarial.
"Felizmente hoje eu sei que o Peixe Urbano completou um ano, que lá só
tem pessoas excelentes, motivadas por desafios e não pelo dinheiro.
Pude aprender que lá não são admitidos profissionais medianos, gente
fraca", ironizou o gerente de cursos Wilson Ramos, 32.
Dois dias depois, Fernanda Torres, na Ilustrada, defendia o projeto de
poesias on-line de Maria Bethânia, inscrito na Lei Rouanet com pedido
de verba de R$ 1,3 milhão. "Queimar uma feiticeira da dimensão de
Bethânia tem um valor insubstituível do ponto de vista do escândalo",
escreveu a atriz, que lembrava ainda que "o Brasil subsidia o papel
que imprime este jornal".
Uma leitora cobrou, na própria Folha, o fato de a colunista não ter
citado que seu marido participaria do projeto de Bethânia.
Recebeu uma resposta agressiva: "Espanta-me que, ao ler meu artigo
sobre a encruzilhada da cultura no Brasil, um assunto nevrálgico não

para mim como também para minha mãe, meu irmão, meu marido, meu
falecido pai, minha classe, meus colegas e para qualquer um que ame a
poesia, a música, o teatro, o cinema e a arte que se faz por aqui, a
leitora tenha chegado à conclusão de que eu o escrevi com a disfarçada
intenção de defender o pai dos meus filhos".
Reação típica de quem não está acostumada a ser criticada. Bem-vinda à Folha.

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Pamela Salazar Mora
twitter/pammmmm

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