Li essa matéria na Veja desta semana. Acho incrivel o poder bem usado. Essa forma de unir bilhsões de dólares em pról de projetos sociais com planejamento e indices para demosntrar o resultado.Mas, um participante deste grupo me chamou muita atenção e me deixou com uma pulga dentro da orelha.O texto conta que "Nizan Guanaes, foi um dos patrocinadores do encontro e vai entrar no combate à exploração sexual na Tanzânia e na Suazilândia". Parei de ler ...Você, pensou o mesmo que eu?
Clinton cria mini-ONU
26 de setembro de 2009
O presidente Barack Obama subiu à tribuna da Organização das Nações Unidas (ONU) pela primeira vez e rompeu com a política isolacionista do seu antecessor. "Os Estados Unidos estão prontos para começar um novo capítulo de cooperação internacional", disse, para a alegria dos chefes de estado e ministros, que fizeram fila para cumprimentá-lo. Um dia antes, num dos salões do hotel Sheraton em Nova York, Obama fez outro discurso, desta vez para a plateia reunida na abertura do encontro da entidade que o ex-presidente Bill Clinton criou há cinco anos, a Clinton Global Initiative. No discurso, Obama disse que, na semana anterior, Clinton e ele se encontraram em Nova York e foram jantar num pequeno restaurante italiano.
Estavam discutindo questões relevantes, como a mudança climática, a recessão econômica, a pobreza na África e, de repente, como que repentinamente assaltado por uma ideia luminosa, Clinton olhou Obama nos olhos e, com o cenho levemente franzido, disse: "Dá para me alcançar o parmesão?" A plateia riu, e Obama seguiu numa descontração que sublinha uma diferença entre a ONU de verdade e a mini-ONU de Clinton.
Na de verdade, os chefes de estado sobem à tribuna, dizem o que bem entendem e, depois do ditador líbio Muamar Kadafi, também usam o tempo que bem entendem: o protocolo manda falar quinze minutos, e o coronel falou 90, jogou papel para o alto e pediu a transferência da sede da ONU para um país mais democrático - a China, por exemplo. Na mini-ONU de Clinton, pode-se fazer piada e contar anedota, mas quem sobe no palco tem que se comprometer com alguma ação em algum lugar do mundo, com meta e tudo, e prestar contas no ano seguinte, sob pena de cair fora.
Parece simples, mas esse princípio fosse aplicado à ONU talvez não houvesse mais nenhum país-membro. A Clinton Global Initiative adotou esse método - "ações valem mais que palavras", diz seu bordão - e está com um saldo cada vez mais robusto. Na semana passada, apesar da crise financeira, a reunião da CGI atraiu mais autoridades do que nos quatro anos anteriores.
Na semana passada, a CGI reuniu mais de 1000 pessoas de 84 países, entre atuais e ex-chefes de estado, líderes de grandes corporações empresariais e entidades filantróplicas, além de estrelas de Hollywood. O ator Matt Damon comprometeu-se a oferecer água potável e esgoto para 50 000 pessoas no Haiti em três anos. (Não, Damon não está precisando de publicidade. O Informante, seu filme em cartaz, foi a segunda maior bilheteria no fim de semana de estreia.) Muhtar Kent, o turco que dirige a Coca-Cola, vai investir na redução da pobreza usando sua enorme rede de distribuição na África.
A Goldman Sachs vai dar treinamento a 700 microempresárias no Peru. A Plan USA, entidade filantrópica americana, vai ensinar técnicas jornalísticas a 140 adolescentes em Gana para habilitá-las a montar campanhas em rádio e TV contra a discriminação. Pela primeira vez, tem brasileiro no pedaço. O Grupo ABC, presidido pelo publicitário Nizan Guanaes, foi um dos patrocinadores do encontro e vai entrar no combate à exploração sexual na Tanzânia e na Suazilândia, esse último um enclave miserável na África do Sul onde 42% das grávidas são portadoras do vírus HIV.
Com isso, Clinton manteve a tradição, americaníssima, segundo a qual o ex-presidente cria uma fundação que leva seu nome, com a qual consegue manter-se à vista do público e recolher alguns aplausos. Mas Clinton foi mais longe do que todos eles. Em cinco anos, sua mini-ONU canalizou 46 bilhões de dólares para 1 400 ações sociais e econômicas que, estima-se, tiveram impacto positivo na vida de 200 milhões de pessoas em mais de 150 países. É algo cuja magnitude só rivaliza mesmo com órgãos internacionais de grande porte ou com políticas de estado.
Leia a reportagem completa em VEJA desta semana (na íntegra somente para assinantes).
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